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Tipo: Dissertação
Título: Interfaces do consumo alimentar de crianças atendidas em instituições de educação infantil: um estudo de caso
Título(s) alternativo(s): Interfaces of food consumption of children in early childhood education: a case study
Autor(es): Silva, Cláudia Soares Monteiro da
Primeiro Orientador: Bartolomeu, Tereza Angélica
Primeiro coorientador: Oliveira, Maria do Carmo Fontes de
Segundo coorientador: Silva, Neuza Maria da
Primeiro avaliador: Barreto, Maria de Lourdes Mattos
Segundo avaliador: Araújo, Raquel Maria Amaral
Abstract: A alimentação corresponde a uma das necessidades básicas das pessoas e deve ser considerada não somente sob o aspecto nutricional, mas também sob os aspectos social, afetivo e cultural. A complexidade apresenta-se, principalmente, em ambiente institucional frequentado por crianças que utilizam o sistema do autosserviço durante as refeições. É desafiador propiciar de fato a segurança alimentar e nutricional sob o aspecto qualitativo da alimentação e da sustentabilidade ambiental a crianças que se encontram em estágio inicial de formação do hábito alimentar e manifestam, de maneira relevante, a rejeição alimentar característica da idade. O objetivo proposto foi analisar o consumo alimentar de crianças de 3 a 6 anos de idade que frequentavam o Laboratório de Desenvolvimento Infantil (LDI) e o Laboratório de Desenvolvimento Humano (LDH), quanto à qualidade da alimentação nesses laboratórios e à geração de resíduos orgânicos, considerando-se os hábitos de consumo das respectivas famílias. A amostra foi composta por 39 crianças de 3 a 6 anos de idade e 37 famílias. A escolha dessa faixa etária foi devida ao fato de que nesse período a criança manifesta maior rejeição alimentar e participa mais ativamente do seu próprio processo de alimentação, servindo-se à mesa. Este estudo possui caráter descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa e quantitativa. Os procedimentos realizados se referiram à pesquisa documental para caracterização do aspecto socioeconômico e do consumo alimentar das crianças; registro fotográfico dos pratos das crianças e pesagem dos alimentos antes e depois do almoço, para verificação do consumo e quantificação dos resíduos orgânicos gerados e coleta de dados antropométricos das crianças para avaliação nutricional. No estudo dos hábitos da família, foi feita uma entrevista através da aplicação de um questionário semiestruturado. O tratamento dos dados ocorreu através da estatística descritiva, sendo utilizado o programa SPSS para possibilitar a maior inter-relação de determinados dados. Analisaram-se também os relatos das famílias para diagnóstico das percepções e ações realizadas. Os resultados permitiram concluir que as famílias eram predominantemente do tipo nuclear, com nível de escolaridade entre graduação e pós-graduação e renda entre 4 e 20 salários mínimos. O consumo alimentar das crianças dessa faixa etária foi caracterizado pelo consumo expressivo de arroz e feijão e baixo consumo de hortaliças. A geração de resíduos orgânicos era elevada, alcançando altos percentuais de perdas em relação ao peso das preparações distribuídas. Um percentual de 71,8% das crianças apresentou alimentação de boa qualidade, e 74% delas também mostraram um bom estado nutricional, classificado em extrofia. Quanto aos hábitos da família, verificou-se que a montagem dos pratos geralmente era realizada pelo adulto, com a participação da criança; a realização da coleta seletiva foi mais comum entre as famílias das crianças da sala 5. A partir dos relatos dos pais, foi exposto que era comum a rejeição alimentar, principalmente em relação às hortaliças. Os pais reagiam de maneiras diferenciadas, desde a acomodação, ao defrontar-se com a ineficácia dos estímulos realizados, até a tomada de atitudes mais incisivas para que a criança pudesse se alimentar melhor. O conhecimento e percepções das famílias quanto ao consumo sustentável e descarte de resíduos orgânicos apresentaram-se em diferenciados níveis de conhecimento e de envolvimento, desde a falta de informação e indiferença até o conhecimento e consciência ambiental de maior amplitude. A boa qualidade da alimentação foi mais frequente entre as crianças que montaram os seus pratos na hora da refeição em casa do que entre aquelas que eram servidas pelos adultos. Não foi encontrado incremento na qualidade da alimentação com o aumento da escolaridade dos pais e das mães, bem assim com a realização do estímulo à alimentação saudável e com o aumento do nível de renda. Verificou-se relação entre os hábitos da família e os hábitos da criança quanto à geração de resíduos orgânicos, sendo a variação percentual do hábito de deixar restos nos pratos após as refeições nas famílias correspondente à variação da quantificação dos restos deixados nos pratos pelas crianças nos laboratórios. Esta análise apontou para o sentido de que os hábitos da família repercutiam diretamente nos hábitos da criança no LDI e no LDH e vice-versa. Podese afirmar, também, que o sistema de servir à mesa nas referidas instituições não comprometeu a segurança alimentar das crianças, sendo resguardados o aspecto qualitativo e a sustentabilidade da alimentação. Contudo, recomenda-se que sejam realizadas determinadas estratégias complementares para aprimorar ações, visando a um consumo alimentar mais variado e sem desperdício, bem como a redefinição de procedimentos referentes à distribuição das refeições para maior maximização de recursos. A importância do desenvolvimento de parcerias com a família é de fundamental importância para o êxito do programa de atendimento e melhoria da qualidade de vida.
Feeding is one of the basic needs of people and it must be regarded not only under the nutritional aspect but also under social, affective and cultural aspects as well. This complexity is shown mainly in institutional environments frequented by children who use the self-service system in the meals. It is challenging to provide food and nutritional safety under the feeding qualitative aspect and environmental sustainability to children who are in the initial stage of feeding habits formation and manifest food rejection typical of this age. The objective of this work was to analyze food consumption of children at 3 to 6 years old, who participated in the Laboratório de Desenvolvimento Infantil (LDI) and Laboratório de Desenvolvimento Humano (LDH) regarding food quality in those laboratories to the generation of organic residues considering consumption habits of the respective families. The sample was composed of 39 children at 3 to 6 years old and 37 families. This age range was chosen because this is the period when the child shows greater food rejection and participates more actively of its own feeding process, by eating on the table. This study has a descriptive and exploratory character, with a qualitative and quantitative approach. The procedures used in this work referred to documental research for characterization of the social-economic aspects and food consumption of children; photographic records of the children s dishes and weighing of the food before and after lunch to check consumption and quantification of the organic residues generated and anthropometric data collection of the children for the nutritional evaluation. An interview was made by applying a semi-structured questionnaire to study the family s habits. Data were treated by a descriptive statistics in which the SPSS software was used to enlarge the inter-relationship of some data. Reports of the families were also analyzed for diagnoses of the perceptions and actions performed. The results allowed concluding that the families were predominantly nuclear families with education level between graduation and post-graduation and an income of 4 to 20 minimum wages. Food consumption of children at this age range was characterized by the expressive consumption of rice and beans and by the low consumption of vegetables. The generation of organic residues was high, reaching percentages highs of losses in relation to the weight of the distributed preparations. A percentage of 71.8% of the children presented good quality feeding habits, and 74% of them presented a good nutritional status, classified at exstrophy. Regarding to the families habits, it was that dishes were generally set by the adults, with the participation of the child; selective collection was more common in families of the children in Room 5. From the parents reports, it was exposed that food rejection was common especially in relation to vegetables. Parents reacted differently, from accommodation when facing the inefficiency of the stimuli performed to more incisive attitudes in order to make the child eat better. The knowledge and perception of the families on the sustainable consumption and disposal of organic residues were presented at different levels of knowledge and participation, from lack of information and indifference to the environmental awareness of greater scope. A good quality feeding was more frequent among children who set their dishes at meal time at home than among those served by the adults. Increment in the feeding quality was not found as education level of the fathers and mothers increased as well as the stimuli performance to a healthy feeding as income level increased. A relationship between family s habits and child s habits regarded to generation of organic residues was found. The percentage variation of leaving leftovers in families corresponded to quantification variation of leftovers of the children in the laboratory. This analysis pointed toward that the habits of the families had a direct repercussion on the habits of children at LDI and LDH and vice-versa. Also, it can be stated that the system of eating on the tables in the referred institutions did not compromise food safety of the children; further the qualitative aspect and feeding sustainability were preserved. However, it is recommended that some complementary strategies are performed to improve actions aiming at a more varied food intake and with no wastes as well as to redefine procedures regarding meal distribution to greater resource maximization. The importance of developing partnerships with the family is very important for the success of the program and to the improvement of the quality of life.
Palavras-chave: Consumo alimentar
Segurança alimentar
Sustentabilidade
Food consumption
Food security
Sustainability
CNPq: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ECONOMIA DOMESTICA
Idioma: por
País: BR
Editor: Universidade Federal de Viçosa
Sigla da Instituição: UFV
Departamento: Economia familiar; Estudo da família; Teoria econômica e Educação do consumidor
Citação: SILVA, Cláudia Soares Monteiro da. Interfaces of food consumption of children in early childhood education: a case study. 2012. 146 f. Dissertação (Mestrado em Economia familiar; Estudo da família; Teoria econômica e Educação do consumidor) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2012.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3364
Data do documento: 25-Abr-2012
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