Autonomia no ensino e aprendizagem de línguas na formação de professores em pré-serviço

Abstract

A autonomia no ensino e na aprendizagem de línguas tem sido um tema de intensas pesquisas e discussões na Linguística Aplicada atualmente, mas embora muito se fale sobre o papel do aluno, o papel do professor e o funcionamento desse sistema, nota-se a necessidade de verificar o estado da formação de professores com relação aos conceitos ligados à autonomia. Desse modo, foram investigadas as percepções de professores de línguas licenciandos da Universidade Federal de Viçosa (UFV) que estão em pré-serviço no Programa de Extensão em Línguas (PRELIN) por meio de uma pesquisa qualitativa com entrevistas semiestruturadas e análise de conteúdo. Foi identificado que suas concepções de autonomia refletem conceitos de metodologias ativas de ensino de línguas, como a Abordagem Comunicativa, o Pós-Método e a Perspectiva Acional, que atribuem papel central e ativo ao aprendiz, procuram promover sua motivação para que tenham independência de se responsabilizar por sua aprendizagem e complementá-la fora da sala de aula. Os professores não compreendem a autonomia como um sistema complexo que envolve processos, dimensões, técnicas, estratégias, avaliações e adaptações, portanto, não mostraram saber definir um papel de professor que seja guia, mentor e estimulador dessa autonomia complexa. Eles informaram, em sua maioria, não ter tido uma formação voltada para essas teorias e, os que disseram ter tido contato, apesar de trazerem conceitos teóricos mais complexos do que é autonomia, não mostraram saber como colocá-los em prática e resolver problemas com a passividade dos alunos. Isso indica uma formação inicial que pode melhorar em oferecer aos professores de línguas conhecimentos para estimular de forma eficiente e consciente a autonomia dos aprendizes. Por isso, todos os participantes relataram acreditar que receber esse tipo de formação enriqueceria muito suas práticas docentes.

Palavras-chave:

Autonomia. Ensino de línguas. Formação de professores.

Autonomy in language teaching and learning has been a topic of intense research and discussion in Applied Linguistics nowadays, but although much is said about the learner role, the teacher role and the functioning of this system, there is a need to verify the state of teacher education regarding the concepts related to autonomy. Thus, the perceptions of language teachers in training at the Federal University of Viçosa (UFV) who are in pre-service in the Language Outreach Program were investigated through qualitative research with semi-structured interviews and content analysis. It was identified that their conceptions of autonomy reflect active language teaching methodologies, such as the Communicative Approach, the Post-Method and the Actional Perspective, which assign a central and active role to the learner, seek to promote their motivation to take responsibility for their learning and complement it outside the classroom. The teachers do not understand autonomy as a complex system that involves processes, dimensions, techniques, strategies, assessments and adaptations, therefore, they did not show how to define a teacher role as a guide, mentor and stimulator of this complex autonomy. They reported, in general, that they didn’t have a training focused on these theories. Those who said they had contact, despite showing more complex theoretical concepts of what autonomy is, did not show how to put them into practice and solve the problems that come up from passive students. This points to an initial education that could improve in preparing language teachers to efficiently and consciously stimulate learners’ autonomy. Because of that, all participants reported believing that receiving this type of training would greatly enrich their teaching practices.

Keywords:

Autonomy. Language teaching. Teacher Education.